segunda-feira, 28 de outubro de 2013

CIÊNCIAS SOCIAIS, IDEOLOGIA E METAFÍSICA



É estimulante mergulhar de novo nestas questões da Ciência / Ciências Naturais e Ciências Sociais. Tanto mais quanto tenho consciência de que, para fazer um trabalho de investigação na área da História ou do Património –as que mais me interessam – necessito de um roteiro teórico-prático que me guie no processo de construção do conhecimento. E esse é o MÉTODO.

Parece-me crucial reconhecer a importância do método na abordagem científica, entendendo-se como método o conjunto de regras e de técnicas escolhidos para abordar qualquer objecto de
estudo, seja na Natureza, seja na Humanidade (conjunto dos homens em sociedade).
No Manual que nos é proposto, fala-se em dada altura no Círculo de Viena, apontando-se os principais aspectos caracterizadores: a lógica e a experiência como bases do verdadeiro conhecimento, reafirmação do positivismo, menorização da metafísica relegada para o estatuto da intuição ou do sentimento.

Pelo que sei de Popper, ele identifica-se com o essencial do Círculo de Viena mas não aceita esta menorização da metafísica (cf. O Futuro está Aberto, K. Popper e K. Lorenz, ed. Fragmentos, Lisboa, 1990). Esta parece-me uma questão em aberto e não sei muito bem como fechá-la. É que Popper distinguiu-se na defesa da “sociedade aberta” contra a “sociedade fechada”, pois esta afirmara-se como utopia libertadora pelos totalitarismos de direita (nazismo) ou de esquerda (marxismo-leninismo) em nome de uma ideia metafísica: o Homem caminha inexoravelmente para um fim da História.

Pergunto-me se é possível abordar as Ciências Sociais sem uma perspectiva ideológica e se esta perspectiva não pode ser vista como uma metafísica da História. O que pensava o Círculo de Viena acerca disto?
Alguém me pode ajudar a encontrar a resposta?

J Moedas Duarte


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