É estimulante mergulhar de novo nestas questões da Ciência /
Ciências Naturais e Ciências Sociais. Tanto mais quanto tenho consciência de
que, para fazer um trabalho de investigação na área da História ou do Património
–as que mais me interessam – necessito de um roteiro teórico-prático que me guie
no processo de construção do conhecimento. E esse é o MÉTODO.
Parece-me crucial reconhecer a importância do método na abordagem científica,
entendendo-se como método o conjunto de regras e de técnicas escolhidos para
abordar qualquer objecto de
estudo, seja na Natureza, seja na Humanidade (conjunto dos homens em sociedade).
estudo, seja na Natureza, seja na Humanidade (conjunto dos homens em sociedade).
No Manual que nos é proposto, fala-se em dada altura no
Círculo de Viena, apontando-se os principais aspectos caracterizadores: a
lógica e a experiência como bases do verdadeiro conhecimento, reafirmação do
positivismo, menorização da metafísica relegada para o estatuto da intuição ou
do sentimento.
Pelo que sei de Popper, ele identifica-se com o essencial
do Círculo de Viena mas não aceita esta menorização da metafísica (cf. O Futuro
está Aberto, K. Popper e K. Lorenz, ed. Fragmentos, Lisboa, 1990). Esta
parece-me uma questão em aberto e não sei muito bem como fechá-la. É que Popper
distinguiu-se na defesa da “sociedade aberta” contra a “sociedade fechada”,
pois esta afirmara-se como utopia libertadora pelos totalitarismos de direita (nazismo)
ou de esquerda (marxismo-leninismo) em nome de uma ideia metafísica: o Homem
caminha inexoravelmente para um fim da História.
Pergunto-me se é possível abordar as Ciências Sociais sem
uma perspectiva ideológica e se esta perspectiva não pode ser vista como uma
metafísica da História. O que pensava o Círculo de Viena acerca disto?
Alguém me pode ajudar a encontrar a resposta?
J Moedas Duarte
Nenhum comentário:
Postar um comentário