segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ARTHUR DANTO




Morreu o homem que abriu caminhos de        
entendimento para a arte contemporânea. Ver no PÚBLICO:

http://www.publico.pt/cultura/noticia/morreu-arthur-danto-o-inventor-do-mundo-da-arte-








O ALPINISTA E DANTO

Quando um jornalista perguntou ao alpinista João Garcia porque é que escalava montanhas, ele respondeu: “porque elas estão lá.”
Soube que Arthur Danto morreu hoje. Quem era este homem de quem se fala e que eu desconhecia?
Numa pesquisa rápida, dei-me com um pequeno ensaio de Danto: ”Marcel Duchamp e o fim do gosto: uma defesa da arte contemporânea”: http://www.cap.eca.usp.br/ars12/arthur_danto.pdf)
Como tantas vezes acontece aos que deixam obras marcantes, Danto continuará vivo no poder esclarecedor dos seus estudos. Rapidamente o descobri na resposta que propõe para um problema que há muito me incomoda, interroga e intriga: a arte contemporânea.
Neste texto, Danto reflecte sobre as posições de Jean Clair, director do Museu Picasso em Paris, que se tornou acérrimo adversário da arte contemporânea. Danto pega na velha questão dos conceitos de “bom gosto e mau gosto” e, numa apaixonante digressão pela História de Arte, relembra os itinerários de outro conceito desafiador, o de “abjecção”, para mostrar como ele tem de ser entendido no contexto histórico. Porque não há pensamento/acção fora da História. Veja-se a imagem de Cristo cruxificado, semi-nu e repleto de chagas, pendurado numa armação de madeira: seria chocantemente abjecta se deslocada do contexto da Contra –Reforma em que foi proposta aos crentes.
Entendi que é este o ponto de partida de Danto para nos ensinar a entender a arte contemporânea e a perplexidade que ela tantas vezes nos causa. Ao historiador-crítico de arte (designação tão usada por Vitor Serrão) não compete condenar ou absolver mas sim desvendar, entender os significados múltiplos que a arte dos nossos dias nos propõe.

À semelhança do alpinista, compete-nos ver, olhar e tentar entender a obra de arte simplesmente porque ela está lá.

J. Moedas Duarte

CIÊNCIAS SOCIAIS, IDEOLOGIA E METAFÍSICA



É estimulante mergulhar de novo nestas questões da Ciência / Ciências Naturais e Ciências Sociais. Tanto mais quanto tenho consciência de que, para fazer um trabalho de investigação na área da História ou do Património –as que mais me interessam – necessito de um roteiro teórico-prático que me guie no processo de construção do conhecimento. E esse é o MÉTODO.

Parece-me crucial reconhecer a importância do método na abordagem científica, entendendo-se como método o conjunto de regras e de técnicas escolhidos para abordar qualquer objecto de

HÁ UMA “VERDADE” OU “PARCELAS DE VERDADE”?



HÁ UMA “VERDADE” OU “PARCELAS DE VERDADE”?

Reflectindo sobre a possibilidade de chegar à verdade a partir das teorizações do Círculo de Viena (neopositivismo) e das contribuições/correcções de Karl Popper, anoto:
Nas Ciências Sociais (CS) como nas Naturais (CN) parte-se sempre de um problema para o qual se propõem soluções que devem ser alvos de crítica, (tentativa/erro/nova tentativa/novo erro…

K. Popper diz textualmente: “A tensão entre saber e não-saber conduz ao problema e à tentativa de solução. Porém, jamais é superada” (cf. K.Popper, Em busca de um mundo melhor, ed. Fragmentos, Lisboa, 1989, cap. A lógica das Ciências Sociais, pp. 71 e sgts). Portanto:

CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

ISTO ESTÁ TUDO LIGADO

Quando me iniciei nos estudos universitários, na Faculdade de Letras, tive grandes discussões com antigos colegas de Liceu que tinham ido para o Técnico. Eles defendiam o primado das “ciências exactas”, contrapondo-as às minhas “humanidades”. Acantonados atrás da Matemática e da Física, desvalorizavam o que consideravam “as especulações subjectivas da Filosofia e as descrições fantasistas da História “.
Valeu-me um mestre, o prof. Borges de Macedo, que na disciplina de Teoria da História, logo no 1º ano da Licenciatura, nos conduziu às grandes questões das Ciências Sociais.