Estou a
aprender a lidar com a obra de arte (OA) como fonte para a História da Arte em
particular e para a História em geral. Nesta aprendizagem devo abandonar o meu
lugar de espectador/fruidor e assumir o de observador qualificado, munindo-me
de procedimentos metodológicos apropriados para desocultar na obra em apreço
todas as informações possíveis que me permitam resolver o problema que me levou
à sua observação.
Não me
parece que o meu trabalho deva ser o de especialista técnico: dissecar uma
pintura em todos os seus aspectos de produção; examinar um edifício com os
instrumentos de um construtor civil ou de um arquitecto; estudar uma
escultura de madeira ou uma talha com os olhos de um entalhador ou de um
mestre escultor.
Como
Historiador, ou zelador do Património, penso que devo procurar e utilizar todos
os dados disponíveis que me ajudem a ler a OA em todos os seus pormenores, a
começar pelos dados facultados por esses especialistas técnicos e constantes
dos seus relatórios.
Mas de
mim, cientista social, pede-se muito mais: que saiba "ultrapassar o campo
meramente formalista para abraçar outros caminhos de indagação" (cf. Metodologia
do Trabalho Científico, Carla A. Gonçalves, UAb, 2012, p.82).
Esta
especificidade do cientista social é que me permite um olhar crítico e racional
sobre a OA, menos preocupado com juízos de valor estético e mais centrado
na compreensão das potencialidades significativas da sua existência
enquanto produto de uma época.
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