segunda-feira, 25 de novembro de 2013

CIENTISTA DE LABORATÓRIO OU CIENTISTA SOCIAL?




 Estou a aprender a lidar com a obra de arte (OA) como fonte para a História da Arte em particular e para a História em geral. Nesta aprendizagem devo abandonar o meu lugar de espectador/fruidor e assumir o de observador qualificado, munindo-me de procedimentos metodológicos apropriados para desocultar na obra em apreço todas as informações possíveis que me permitam resolver o problema que me levou à sua observação. 
Não me parece que o meu trabalho deva ser o de especialista técnico: dissecar uma pintura em todos os seus aspectos de produção; examinar um edifício com os  instrumentos de um construtor civil ou de um arquitecto; estudar uma escultura de madeira ou uma talha  com os olhos de um entalhador ou de um mestre escultor.
Como Historiador, ou zelador do Património, penso que devo procurar e utilizar todos os dados disponíveis que me ajudem a ler a OA em todos os seus pormenores, a começar pelos dados facultados por esses especialistas técnicos e constantes dos seus relatórios. 
Mas de mim, cientista social, pede-se muito mais: que saiba "ultrapassar o campo meramente formalista para abraçar outros caminhos de indagação" (cf. Metodologia do Trabalho Científico, Carla A. Gonçalves, UAb, 2012, p.82).
Esta especificidade do cientista social é que me permite um olhar crítico e racional sobre a OA, menos preocupado com  juízos de valor estético e mais centrado na compreensão das  potencialidades significativas da sua existência enquanto produto de uma época.

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