segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

PATRIMÓNIO INDUSTRIAL




Aproveitei hoje uma deslocação de trabalho para visitar o complexo museológico da Fábrica da Pólvora em Barcarena (Oeiras). A visita foi suscitada pelos estudos e trabalhos que temos feito e lido sobre a questão do Património Industrial. A impressão que colhi – vigorosa confirmação pela positiva do que já lera sobre aquele espaço – coincide com as apreciações que todos os colegas fazem acerca da importância desta área de Património.

De facto, é uma área em crescente afirmação. De norte a sul do país, no interior mas sobretudo no litoral, com incidência maior nos distritos de Lisboa, Porto e Aveiro, multiplicam-se os museus temáticos relacionados com a produção de materiais, de energia, de bens e de alimentos. Em comum, o facto de todos eles celebrarem o trabalho humano. Muitos exaltam a dureza do quotidiano operário, as más condições laborais, o espírito de sacrifício do trabalhador face à necessidade de garantir a subsistência própria e a dos seus. Outros esmeram-se em mostrar a diversidade dos procedimentos produtivos e a evolução que tiveram ao longo da história daquele espaço industrial. Uns e outros são indispensáveis para a compreensão da História humana.

Alguns dos trabalhos abordam estes aspectos, em sintonia com a Carta de Nizhny ( Cap. Valores do Património Industrial, ii) que se refere ao património industrial como  «…um valor social como parte do registo de vida dos homens e mulheres comuns…».
De salientar que aquele é um documento que reputo de muito importante – juntamente com os “princípios de Dublin” – pois afirma a especificidade e actualidade de uma área decisiva para a preservação da memória das comunidades humanas – mas poucas vezes foi referido nos nossos trabalhos.


Contudo, parece-me indiscutível que, apesar das limitações de espaço e da exiguidade de bibliografia facilmente consultável, todos os trabalhos reflectem a consciencialização dos autores sobre esta mais recente área de preservação do Património Cultural.

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