terça-feira, 31 de dezembro de 2013

REUTILIZAÇÃO COMO FORMA DE SALVAGUARDA


Sobre a problemática da reutilização de edifícios classificados como bens patrimoniais, há que referir o maior perigo que ameaça este recurso de conservação patrimonial. A este propósito lembro-me de um artigo de opinião inserto na revista “Pedra & Cal” (nº 12, Abril/Maio/Junho 2010), da autoria do Arquitecto José Aguiar, cujo título é bem expressivo: “Os Monumentos Nacionais não têm de ser todos pousadas e hotéis sem charme”. O autor cita, muito a propósito, a Carta de Atenas (1931) e a Carta de Veneza (1964) que estabelecem claramente a prevalência do usufruto público sobre os interesses privados, e dá exemplos de más soluções que resultam da subversão desse princípio.

Lembremos, ainda, que um dos problemas da reutilização de edifícios antigos, em Portugal – sejam monumentos, sejam conjuntos edificados nos Centros Históricos com valor patrimonial – é a falta de preparação das empresas de construção que não sabem recuperar o antigo, preferindo o bota-abaixo para construir tudo de novo, ao contrário de muitos países da Europa em que a reabilitação supera a construção nova.

(Foto: Pousada da Flor da Rosa, Crato. Origem: http://www.portugalvirtual.pt/pousadas/crato/pt/)

Nenhum comentário:

Postar um comentário