Sobre a problemática da reutilização de edifícios
classificados como bens patrimoniais, há que referir o maior perigo que ameaça
este recurso de conservação patrimonial. A este propósito lembro-me de um artigo
de opinião inserto na revista “Pedra & Cal” (nº 12, Abril/Maio/Junho 2010),
da autoria do Arquitecto José Aguiar, cujo título é bem expressivo: “Os
Monumentos Nacionais não têm de ser todos pousadas e hotéis sem charme”. O
autor cita, muito a propósito, a Carta de Atenas (1931) e a Carta
de Veneza (1964) que estabelecem claramente a prevalência do usufruto
público sobre os interesses privados, e dá exemplos de más soluções que resultam
da subversão desse princípio.
Lembremos, ainda, que um dos problemas da reutilização de
edifícios antigos, em Portugal – sejam monumentos, sejam conjuntos edificados
nos Centros Históricos com valor patrimonial – é a falta de preparação das
empresas de construção que não sabem recuperar o antigo, preferindo o bota-abaixo
para construir tudo de novo, ao contrário de muitos países da Europa em que a
reabilitação supera a construção nova.
(Foto: Pousada da Flor da Rosa, Crato. Origem: http://www.portugalvirtual.pt/pousadas/crato/pt/)
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